Defensor
do fortalecimento da universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), o
líder do Governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE), está nesta
sexta-feira (3) em Fortaleza para reiterar o seu compromisso pela
melhoria do atendimento à população e contra projetos de lei que
privilegiam planos privados de saúde em detrimento da saúde pública.
O parlamentar é um dos
convidados do XXXII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde e deve falar na manhã de hoje no encontro.
Na última quarta-feira, o
ministro da saúde do governo interino de Michel Temer (PMDB), Ricardo
Barros (PP-PR) – que já disse, segundo Humberto, “barbaridades” sobre
reduzir o acesso e a cobertura universais do SUS e aumentar a quantidade
de pessoas vinculadas a planos de saúde privados – foi vaiado no evento
na capital cearense por secretários municipais, trabalhadores e
profissionais da área de saúde.
Para Humberto, o sistema de
saúde brasileiro ainda conta com muitas disparidades, tanto no setor
público quanto no privado, mas trabalhar contra a universalidade do
atendimento e batalhar pela aprovação de propostas que tramitam no
Senado e a na Câmara que preveem o enfraquecimento do SUS são um erro
absurdo.
De acordo com o senador, que
foi o primeiro ministro da Saúde do governo Lula (2003-2005), a questão
do ressarcimento aos entes (estados e municípios) por conta de
atendimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde não pode ser
considerada fonte de financiamento – como imaginam alguns parlamentares –
ao propor que as operadoras de planos de saúde privados se
responsabilizarão pelos ressarcimentos somente se forem acionadas ou
demandadas.
“Para isso, necessitaríamos de
um sistema absolutamente informatizado e com capacidade de organização.
E não apenas o SUS, as operadoras também teriam de ter capacidade de
responder rapidamente, o que não acontece”, explica.
Segundo Humberto, atualmente,
68% dos procedimentos, cobrados por meio de ressarcimento, são oriundos
de emergências. “Essa metodologia seria mais eficaz com procedimentos de
alta complexidade, já que haveria um tempo maior entre a solicitação do
procedimento e o atendimento”, ressalta.
Ele acredita que é necessário
avaliar o custo da efetividade da cobrança de todos os procedimentos do
ressarcimento e que também é importante que as operadoras reduzam a
cultura da negativa de atendimento, principalmente como manobra de
ajuste de caixa. “Isso não pode ocorrer. O paciente não pode ficar à
mercê de um jogo de mercado que só visa o lucro. A saúde do cidadão é
muito mais importante que isso”, afirma.
Mais de quatro mil gestores
municipais de saúde de todo país já estão em Fortaleza para participar
do congresso, que tem como tema este ano “Municípios Brasileiros –
Acreditamos, fazemos e temos propostas”. O objetivo é promover o
encontro de ideias, troca de conhecimentos e proposições em prol do SUS.
Fonte: Blog do Nill Junior
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