300 grávidas com suspeita de zika

A Paraíba é o segundo estado com mais casos suspeitos de microcefalia. A procura por atendimento é tão grande que Adriana e sua equipe já nem perguntam mais, como era de praxe, de onde vem a grávida.
— Elas não têm para onde ir. Registramos e começamos a atender. Dos 30 bebês nascidos com microcefalia aqui, 13 são de Campina Grande.
O hospital, que também faz pesquisa, não tem condições de ir além do que já oferece.
— Não sabemos até quando vamos aguentar. Só o que aumenta é a epidemia. Temos 300 grávidas registradas com suspeita de zika e sequer podemos fazer o exame sorológico para saber se as mães tiveram mesmo a doença — destaca.
Ela frisa que, até agora, o Ministério da Saúde não é capaz de oferecer o teste sorológico — o único exame que pode dizer que uma pessoa teve o vírus depois de já ter se curado da doença.
— Assim, sabemos que as grávidas tiveram sintomas, mas não sabemos se tiveram zika.
Por sua assessoria, o Ministério da Saúde diz que o teste sorológico está em desenvolvimento na Fiocruz. Porém, não há previsão de quando estará pronto. Enquanto isso, o governo se prepara para distribuir, a partir de fevereiro, 500 mil testes de PCR. Este exame, porém, só detecta o vírus zika se for realizado no curto período em que a pessoa está doente. Ou seja, não pode dizer se alguém já teve a doença. Adriana se desespera:
— Neste momento, o teste sorológico é mais do que urgente. O governo deveria ter concentrado esforços nisso. Fala-se de zika e até agora ninguém tem ideia, de verdade, do tamanho da epidemia. Precisamos deste teste para ver essa dimensão. Sinto-me inútil.

Fonte: O Globo.

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