A paciente, uma jovem de 20 anos, foi internada em 11 de abril em Natal, no Rio Grande do Norte e morreu 12 dias depois
As mortes registradas no Brasil são as primeiras no mundo. Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas |
O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte provocada pelo zika em adultos no Brasil. A paciente, uma jovem de 20 anos do município de Serrinha, foi internada em 11 de abril no Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, no Rio Grande do Norte, com queixas respiratórias. Morreu 12 dias depois.
Na época, médicos suspeitaram que
a morte poderia estar relacionada à dengue grave, mas exames deram
inconclusivos. Diante do aumento de casos de zika registrados no País
ano passado, o Instituto Evandro Chagas decidiu fazer uma nova análise
do material, encontrando, desta vez, confirmação para a infecção por
zika.
O achado, considerado de extrema
importância por autoridades sanitárias, foi levado à Organização Mundial
da Saúde (OMS). Embora não seja o primeiro diagnóstico de morte por
zika, o terceiro caso traz mostras mais robustas de que a doença pode
levar a quadros mais graves do que inicialmente se imaginava. Não apenas
para bebês infectados no período da gestação, mas para adultos que, até
então, não apresentavam problemas graves de saúde. "Vamos percebendo um
espectro mais amplo da doença, com maior gravidade", afirmou o diretor
do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da
Saúde, Cláudio Maierovitch. Informações obtidas até o momento mostram
que a jovem tinha saúde normal até a infecção.
As
mortes registradas no Brasil são as primeiras no mundo. O primeiro
paciente a ter óbito por zika era um homem do Maranhão. O resultado,
divulgado em novembro, foi analisado com cuidado por causa das condições
do paciente. Ele apresentava lúpus, uma doença que pode se complicar de
forma expressiva quando o organismo é infectado por bactérias ou por
vírus, como o zika. No segundo caso, confirmado dias depois, a paciente,
também uma jovem, não tinha até a infecção problemas graves de saúde.
Os primeiros sintomas apresentados foram dor de cabeça, náuseas e pontos
vermelhos na pele e nas mucosas em setembro. Ela morreu no fim de
outubro.
Orientação
Maierovitch
avalia que o fato de a terceira paciente ter apresentado problemas
respiratórios não é suficiente, por si só, para que médicos investiguem
infecção por zika quando queixas semelhantes surgirem. "Mas a morte
confirma a necessidade de que médicos tratem pacientes com suspeita de
zika com muita atenção."
O diretor do
Ministério da Saúde afirma não haver ainda uma hipótese para explicar o
fato de zika poder levar pacientes adultos - e sem histórico de doenças -
à morte. "Essa é mais uma pergunta das inúmeras que ainda precisam ser
respondidas sobre o zika", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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