Uma matéria publicada recentemente na Folha revelou que a crise econômica aumentou os casos de problemas de saúde relacionados ao estresse. Cresceu
37,5%, só no primeiro semestre de 2015 (em comparação com o mesmo
período de 2014), o número de executivos, gerentes e empresários
brasileiros com depressão. Cresceu também o número de casos de ansiedade
(60%), estresse (27,7%) e insônia (19%). O consumo de antidepressivos e
controladores de humor aumentou (11,6%).
A
ansiedade, o estresse, a depressão e a insônia estão contagiando um
número cada vez maior de brasileiros. A crise está afetando muita gente,
como mostra uma psicóloga de 57 anos:
"O
que eu mais escuto é: 'Quero ir embora do Brasil!'. Pergunto: 'Para
onde?' e me respondem: 'Para qualquer lugar'. Algumas pessoas que
estavam satisfeitas com a própria situação financeira começaram a
apresentar problemas de saúde: diarreias, vômitos, insônias, dores
musculares, depressão, irritabilidade. Elas falam de uma tristeza
enorme, de impotência, de falta de perspectiva. Não conseguem enxergar
saída, não têm mais esperança, acham que nada do que fazem tem
significado. Conheço muitos casos de ansiedade, e até de sintomas de
pânico, relacionados à atual crise política e econômica".
Uma
médica de 64 anos disse: "Todo mundo que conheço demonstra muito medo
desta crise. Eles sentem que perderam o controle da própria vida, estão
paralisados pelo medo. O jovem tem medo de não conseguir trabalho, os
mais velhos têm medo do caos social, alguns têm pesadelos com uma
quebradeira geral do país. Tem gente que está com pânico de perder todo o
dinheiro, que sonha com a possibilidade de morar em Portugal, nos
Estados Unidos ou no Canadá só para ter mais segurança. Ninguém sabe o
que vai acontecer com o Brasil e como isso vai afetar a própria vida".
Ela
continua: "O país está doente e o medo desta doença está contaminando
todo mundo, até mesmo aqueles que poderiam se proteger e se manter
saudáveis. É uma epidemia, não escapa ninguém. Os brasileiros não
suportam mais tanta instabilidade, insegurança e incerteza". A
médica conclui: "Será que a única saída para a crise é fugir do país?
Por que não construir uma alternativa melhor aqui no Brasil?".
Fonte: Blog do Magno.
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